Nunca sozinhos…
O filósofo grego Aristóteles dizia que somos animais sociais e o poeta John Donne escreveu que nenhum homem é uma ilha.
Nós confirmamos essas ideias todos os dias com as pessoas que nos cercam, criamos elos de conexão por quem nos concebeu, por aqueles que nos escolheram e por quem escolhemos. Somos moldados a todo instante por nossos semelhantes, carregamos a marca dos outros em nós numa vida que é essencialmente compartilhada: os aprendizados, os ensinamentos, as alegrias, as tristezas, os sucessos, e as falhas; no início e no fim estamos sempre acompanhados.
Construímos relações que são laços sem fim aparente: entre irmãos e irmãs, pais e mães, filhos e filhas existe sempre algo a mais a dizer e ouvir, por nós as conversas nunca acabariam. Um desencontro acumula um desejo de encontro, e se aceitamos nos despedir é para poder pedir de novo pela presença, numa constante repetição de “tchau e até logo”.
Vivemos numa expectativa de que esses laços durarão para sempre, mas a força da realidade nos lembra da finitude e nos surpreende com um sofrimento agudo quando uma despedida diferente das anteriores acontece.
Se a vida é partilha e nossas ligações de amor com as pessoas são nossa experiência preferida, o desapego é reconhecidamente um dos maiores desafios humanos.
E é especialmente em situações de luto pelo rompimento de um laço que precisamos mais uns dos outros. Poder usufruir da presença, do amor e do afeto das pessoas que amamos é ingrediente fundamental para lidar com o sofrimento pela falta de alguém.
A solidão e o isolamento não são remédios eficazes para o processo de luto, compartilhar a dor em conjunto é o exercício essencial e necessário de nossa natureza.
A você que sofre, receba meu sincero abraço.
Lucas Grabarski
Psicólogo – CRP 08/26331